Camilo Pessanha
Camilo Pessanha Viola chinesa- Camilo Pessanha Viola chinesa Ao longo da viola morosa Vai adormecendo a parlenda, Sem que, amadornado, eu atenda A lengalenga fastidiosa. Sem que o meu coração se prenda, Enquanto, nasal, minuciosa, Ao longo da viola morosa, Vai adormecendo a parlenda. Mas que cicatriz melindrosa Há nele, que essa viola ofenda E faz que as asitas distenda Numa agitação dolorosa? Ao longo da viola, morosa... A obra de Camilo Pessanha é marcada pela visão desencantada da vida, um sentimento de perda constante .No poema Viola Chinesa”, esse tom é frequentemente presente na sugestão de algo passageiro e delicado, que é ao mesmo belo e inatingível. A musicalidade da própria “viola” é um símbolo do desejo de eternidade, mas também da inevitável passagem do tempo. A comparação com “Vaga, no azul amplo solta”, outro poema de Pessanha, revela essa busca por algo transcendente, que se pode considerar uma vaga no mar. Em ambos, há uma tentativa de alcançar uma beleza sublime, qu